Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) - 2018
TRADUÇÃO COMENTADA DA CRÔNICA "FORA POVO", DE LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO,PARA A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS (LIBRAS)
Autor: Andrews Martinelle Oliveira de Castro
Ano de conclusão: 2018
RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma tradução comentada do português para Libras, da crônica Fora Povo de Luís Fernando Veríssimo. Com isso, reflete-se sobre as estratégias adotadas ao longo do processo tradutório e como ocorre a transposição de uma língua em modalidade oral-auditiva para uma língua em modalidade visual-espacial. Primeiramente, a tradução foi realizada em parceria entre o autor do trabalho e seu orientador, para discutir as estratégias tradutórias e refletir em parceria sobre as questões culturais. A análise foi dividida em quatro tópicos, método de tradução, estratégias para aproximação e distanciamento entre Português e Libras, expressões idiomáticas e recursos linguísticos. Como resultado, foi possível observar as estratégias que são utilizadas no processo de tradução, alguns dos recursos linguísticos que contribuem para a tradução aproximar do sentido da obra original. A pesquisa fundamentou-se teoricamente em Bakhtin (2015), que contribuiu para a reflexão sobre as formas como o discurso é construído e como ele circula em diferentes espaços (no caso das crônicas aqui traduzidas, o tempo em que foram produzidas é um fator de extrema importância para a compreensão das mesmas) e em Bezerra (2012a), que contribui com uma abordagem dialógica da tradução ao refletir sobre esse processo pela perspectiva bakhtiniana. Ao final da análise, é possível observar que de fato não há algo mais importante ou menos na formação do discurso, existem elementos linguísticos que formam a estética e sentido da obra. O tradutor precisa se preocupar principalmente com esses aspectos, a estrutura é consequência do processo. Este trabalho pode contribuir para o estudo de tradutores de Libras, que buscam conhecer meios de se traduzir obras literárias, por uma abordagem sócio histórica de Bakhtin sobre o discurso.
ATUAÇÃO DO INTÉRPRETE EDUCACIONAL: Interfaces entre os campos da Educação e do Discurso
Autora: Anne Caroline Santana Iriarte
Ano de conclusão: 2018
RESUMO: O profissional tradutor e intérprete de Libras / Língua Portuguesa atua entre fronteiras linguísticas e culturais, é o sujeito que medeia a interação entre pessoas surdas e ouvintes. No contexto escolar, no entanto, sua atuação não se restringe a essa função primária, isto é, ultrapassa essa concepção e percorre outros caminhos que não englobam apenas o aspecto linguístico e comunicativo. O Intérprete Educacional é chamado a assumir também a função educadora, conforme defendido por Martins (2013), assim, na medida em que compartilha a mesma língua com o aluno surdo, constrói uma relação mais próxima e significativa do que aluno surdo e professor regente. Nesse sentido, faz-se necessário que professor e intérprete atuem em parceria efetivamente, trocando conhecimentos e experiências que visam favorecer o aprendizado do aluno surdo, ao mesmo tempo em que colabora para uma aproximação entre aluno e professor. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de tipo descritiva, que visa analisar a atuação do Intérprete Educacional em uma escola polo inclusiva com projeto bilíngue do interior do Estado de São Paulo. Para a coleta de dados, foram utilizados os instrumentos de observação do cotidiano escolar, com registro em caderno de campo e entrevista semiestruturada com o sujeito da pesquisa. A análise dos dados se deu a partir de autores filiados aos Estudos Surdos em Educação e também da teoria enunciativo-discursiva de Mikhail Bakhtin na obra Marxismo e Filosofia da Linguagem; as duas perspectivas se articulam para refletir a prática do Intérprete Educacional, pois percebem sua atividade como mediação linguística e, para além dessa função, assumem que ele está inserido em uma esfera que o convoca a tomar outras funções, principalmente a função educadora, pelo gênero e característica da própria esfera de atuação. Com isso, os resultados apontam para: a) a importância de haver parceria entre Intérprete Educacional e professor regente no planejamento das metodologias utilizadas em sala de aula; b) a adoção de estratégias interpretativas com uso de recursos imagéticos que auxiliam o aluno surdo na construção dos saberes e o intérprete a ter uma atuação com maior qualidade; c) a importância de as escolas começarem a implementar a aplicação de provas em Libras para os alunos surdos, tendo em vista que é por meio dessa língua que eles adquirem os conhecimentos; d) o contexto de escola polo inclusiva bilíngue favorece a construção de uma relação parceira entre intérprete e professor e uma maior aproximação entre professor e aluno surdo; e) a formação do intérprete que atua na escola deve ser específica, com dois eixos principais: o linguístico, para adquirir as competências tradutórias e interpretativas e o pedagógico; f) os Intérpretes Educacionais devem ser contemplados na oferta de formação continuada pelas redes de ensino. Tendo isso em vista, espera-se que esse trabalho contribua para ampliar as discussões acerca desse profissional.
O INTÉRPRETE EDUCACIONAL E SUAS RELAÇÕES EM SALA DE AULA: LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO
Autora: Jéssica Fioco
Ano de conclusão: 2018
RESUMO: O presente trabalho de conclusão de curso teve como contexto a educação inclusiva de alunos surdos e os processos de ensino e aprendizagem. Levando em consideração a atual legislação que garante a inclusão do aluno surdo na escola regular, e o direito a uma educação acessível, este trabalho teve a finalidade de analisar as relações em que o Intérprete Educacional está imerso durante sua atuação na sala de aula e entender as especificidades destas, a partir das publicações após o Decreto 5.626, do ano de 2005. Esta pesquisa foi realizada através de um levantamento bibliográfico nos periódicos Portal de Periódicos CAPES e Scielo, no período de treze anos (2005 a 2018). Após a coleta e análise dos dados observou-se que há poucos registros sobre a as relações interpessoais do Intérprete Educacional; sendo assim percebeu-se que quando se trata desta temática específica os resultados de pesquisas são bastante escassos. Há indícios de que há maior preocupação com as discussões sobre a função pedagógica do profissional e a parceria entre professor e intérprete, mas pouco se discute a relação de proximidade entre intérprete e aluno surdo. Assim, são necessárias mais pesquisas sobre o tema para compreender melhor de que forma esta relação influencia a atuação do intérprete.
TRADUÇÃO DE POESIA CONCRETA DO PORTUGUÊS PARA A LIBRAS: TRANSCRIANDO UM POEMA DE PAULO LEMINSKI
Autora: Juliana Perim Sena
Ano de conclusão: 2018
RESUMO: Tendo em mente: A) os desafios inerentes à tradução de poesia devido à sua condição de objeto estético; B) as especificidades implicadas na atividade de mobilizar discursos de um par linguístico que contém modalidades linguísticas (oral-auditiva e visual-gestual-espacial) e suportes semióticos de tradução distintos – Língua Portuguesa escrita e Língua Brasileira de Sinais (Libras); e, C) as características da Poesia Concreta, principalmente no que se refere à utilização do espaço gráfico da página como agente estrutural, este trabalho apresenta uma proposta prática de transcriação (na concepção haroldiana), na direcionalidade Língua Portuguesa (brasileira) > Língua Brasileira de Sinais, para o poema „metamorfose‟ de Paulo Leminski. Para fundamentar a proposta e as reflexões, são colocados em diálogo autores como Bakhtin (1988); Barros (2015); Campos (2013); Campos, Campos e Pignatari (1975); Segala (2010), entre outros. Para a criação dos paralelismos no poema em Libras, utilizou-se um variado conjunto de estratégias, com recursos verbais e não-verbais, desde estratégias linguísticas e discursivas até as semióticas de edição de vídeo, como: organização fonológicolexical, uso de expressões faciais e corporais, velocidade e ritmo de sinalização, aceleração e diminuição da velocidade por meio de edição, mudança de cor da imagem, aplicação de efeitos de imagem, entre outros recursos. Acredita-se que a pesquisa contribui, sobretudo, pelas discussões e reflexões que suscita acerca das influências da intermodalidade e da intersemiose na atividade transcriatória de poesia concreta para a Libras, evidenciando o caráter criador do tradutor e a potência do conceito de transcriação nesse contexto. O trabalho pode contribuir também para fomentar a produção de materiais tradutórios de conteúdo artístico e cultural na direção Português - Libras, favorecendo a efetivação do direito de acessibilidade linguística das comunidades surdas brasileiras a esses conteúdos da Língua Portuguesa e, consequentemente, contribuindo com o intercâmbio cultural entre os falantes das duas línguas envolvidas. Por fim, justifica-se também por constituir “terreno fértil” para se pensar questões que inquietam os estudiosos da prática tradutória, tais como fidelidade, intraduzibilidade e autoria.
TRADUÇÃO NO ÂMBITO ESCOLAR: PRÁTICAS E ESTRATÉGIAS NA CRIAÇÃO DE SENTIDO DE MATERIAIS DIDÁTICOS, DENTRO DO CURRÍCULO CIÊNCIAS DA NATUREZA
Autora: Marina Guerreiro
Ano de conclusão: 2018
RESUMO: O presente trabalho se constitui em uma pesquisa, sobre a tradução e essa dentro do contexto escolar dos alunos surdos, e suas possíveis estratégias para realização da mesma. Na escolha metodológica, optamos por uma abordagem qualitativa e como instrumento de análise utilizamos a tradução de um material didático, o processo metodológico se dividiu em etapas, em um primeiro momento, escolha do material, em seguida a tradução propriamente dita, estudo dos conceitos, termos, busca em diferentes plataformas e pôr fim a gravação do material. Nas análises e resultados, optamos por apresentar o texto em português e em seguida os recortes de imagens do texto em Libras. A análise, foi realizada a partir da apresentação dos trechos, e assim em cada trecho foi destacado o aspecto relevante na tradução e as estratégias e escolhas tradutórias, visando o público, alunos surdos.
ADAPTAÇÃO, ELABORAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DE ATIVIDADES DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS EM OFICINAS DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA SURDOS
Autora: Priscila Silveira Soler
Ano de conclusão: 2018
RESUMO: Este trabalho visa investigar sobre o processo de adaptação, elaboração e acompanhamento de atividades didático pedagógicas em uma oficina de língua portuguesa escrita como segunda língua para surdos. No que se refere ao aporte teórico adotado nesta pesquisa, foram utilizados pensamentos de autores como, Soares (1998), (2003) e (2004), Kleiman (2007), Freire (1989), os quais refletem sobre Alfabetização, Letramento e Educação. Utilizamos autores como, Grosjean (1982), Marcelino (2009), Flory & Souza (2009), Skliar (1997) e Lacerda (1998) para abordarmos diferentes concepções de bilinguismo. Em relação ao Ensino de Gramática utilizamos como referência Neves (2002), (2003), (2004), a autora traz contribuições acerca da temática com base na Linguística Funcionalista. A presente pesquisa é um estudo de caso de caráter descritivo, com abordagem qualitativa, se baseia em uma perspectiva a qual projeta o conhecimento como um processo que é construído socialmente pelos sujeitos presentes nas interações. Os dados foram coletados em um curso de língua portuguesa como segunda língua (L2) para surdos, ofertado dentro de uma Universidade Federal, no interior do estado de São Paulo, no período de setembro/2017 até dezembro/2017. Foi realizado o acompanhamento do desenvolvimento de aprendizagem da língua portuguesa de 6 alunos surdos, o acompanhamento foi realizado através da parceria entre o Tradutor Intérprete de Libras e Língua Portuguesa (tilsp) e o professor coordenador das oficinas, por meio de 3 etapas diferentes; mapeamento do perfil dos alunos, elaboração de fichas de acompanhamento e verificação do processo de aprendizagem( observado através das fichas). Como ferramentas de análise foram utilizadas as fichas com histórico de cada aluno, fichas de acompanhamento e os diários de campo. São apresentados como resultados as aulas elaboradas e adaptadas pelo tilsp com o professor e também são apresentadas as atividades realizadas pelos alunos. O estudo apresentado mostra a importância da parceria entre tilsp e professor para a adaptação, elaboração e acompanhamento de atividades didático pedagógicas de língua portuguesa para surdos, bem como, evidencia a necessidade de ser realizado o acompanhamento individual de cada aluno para que sejam identificadas suas potencialidades e dificuldades em relação ao processo de aprendizagem.
SUBJETIVIDADE DO TRADUTOR E INTÉRPRETE DE LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS E O ATO INTERPRETATIVO NO ÂMBITO EDUCACIONAL
Autora: Solange Nunes dos Santos
Ano de conclusão: 2018
RESUMO: O documento Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) defende a inclusão de todos os alunos na rede regular de ensino, inclusive os estudantes surdos. Neste cenário, esse alunado conta com apoio do tradutor e intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras)/Língua Portuguesa, profissional que tem como função primordial mediar a comunicação entre surdos e ouvintes, passando a informação com a maior fidedignidade possível, e, portanto, participa ativamente do processo de formação individual. Sua principal ferramenta de trabalho, o discurso, é reflexo de sua subjetividade individual e social. Nesse sentido, reflexões acerca da expressão da subjetividade do profissional tradutor e intérprete em Libras são fundamentais para compreendê-lo em sua constituição complexa e não apenas como mediador de Libras. Para isso, observamos a atuação de intérpretes educacionais e fizemos uma entrevista considerando os aspectos subjetivo histórico-cultural e mostramos sua interferência na atuação dos profissionais intérpretes tradutores. Concluímos que o contexto que modifica a subjetividade de todos indivíduos, modifica o ato interpretativo, portanto as relações de convivência dentro e fora do trabalho, afetam o profissional intérprete e assim o desenvolvimento de sua atividade. Confiar no trabalho do intérprete, fornecer material para estudo prévio, incluí-lo em sala de aula como participante do processo de ensino são alguns dos muitos fatores que melhoram sua atuação, pois interferem diretamente em sua subjetividade e o capacitam para lidar com situações de conflitos e inseguranças, habilidade indispensável para o trabalho.
Ensino da Língua Portuguesa para surdos por meio de gêneros textuais e a importância do interprete educacional nesse contexto
Autora: Thayná Carvalho de Almeida
Ano de conclusão: 2018
RESUMO: Muito se é discutido sobre o ensino da língua portuguesa para surdos, dentro dessas discussões a dificuldade de aprendizagem desse sujeito em relação a língua é algo que sempre se encontra em pauta, mas pouco se diz sobre o processo que envolve o ensino que atendam as dificuldades do aluno surdo. O presente trabalho tem como objetivo trabalho analisar o processo de ensino-aprendizagem do português como segunda língua para surdos a partir de gêneros textuais, em contexto não formal. Trazendo enquanto proposta a implementação de um projeto de extensão para ensino de português como segunda (L2) para surdos na Universidade Federal de São Carlos. Serão escolhidos dez participantes para a pesquisa, com idade de 10 -15 anos, em processo de aquisição da língua sinais (nível básico), matriculados na educação básica. Caso o número de interessados exceda ao número de vagas, a escolha será aleatória desde que estes sigam os critérios mencionados anteriormente. O trabalho parte de uma abordagem qualitativa caracterizada como uma pesquisa de campo de nível descritivo, sendo aplicado enquanto instrumento a sequência didática para ensino de gêneros textuais de Marcuschi, separadas em quatro etapas a) apresentação do gênero ao aluno; b) produção inicial; c) reescrita; da) produção final. O processo será analisado em sua totalidade levando em conta sua interação com o meio, respeitando o nível linguístico em relação a L1 de cada aluno. Pretende-se com isso observar e compreender como o processo proposto auxiliou o aluno em relação aos aspectos gramaticais uso efetivo do gênero e estrutura que o envolve.